sexta-feira, 1 de junho de 2012

Segurança do Trabalho

Publicado originalmente no Jornal da Paraíba, 23 de maio de 2012. 
Coluna JP Debate
 
"Segurança do Trabalho" por Fernando Leal

Meu envolvimento com o tema segurança do trabalho é antigo. Vem desde a participação em Cipa na empresa, passando pela docência na UFPB, no curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Como professor convivi e me tornei amigo de muitos engenheiros e arquitetos. Não era uma disciplina técnica e muitos alunos questionavam a sua presença no currículo: Metodologia do Ensino, também chamada Didática do Ensino Superior. Mas esse questionamento era só até começar a matéria. Logo depois os alunos começavam a entender a sua importância no trabalho de segurança que eles desenvolveriam nas empresas. Na época tive a oportunidade de ensinar no Amazonas e em Alagoas, pois a UFPB, inicialmente com a coordenação do professor Antonio Villar, e em seguida da professora Bernadete Fernandes, levou esse trabalho para aqueles Estados. Mas isso já faz mais de 20 anos...


Nesse período atuava, concomitantemente, em outras especializações, já que a minha disciplina está presente em todos os cursos de pós-graduação. Só recentemente voltei à Engenharia de Segurança, pelas mãos do professor Aloisio, aluno das primeiras turmas na UFPB, via Faculdade Anglo-Americano, lá em Campina Grande.
Você, leitor, deve estar se perguntando: e o que vem por aí, depois desse preâmbulo? É que segurança do trabalho para mim era algo muito teórico, fruto das leituras e conversas com especialistas. A empresa em que trabalhava era na área de serviços e os riscos eram mínimos. Como era muito demandado para palestras, especialmente nas semanas dedicadas à segurança do trabalho, a convite do professor Peixoto, andava pelas fábricas e tinha uma ideia de como essas coisas funcionavam por ali. Recentemente fui fazer um trabalho de capacitação em uma empresa que funciona na área rural. Como fica distante de João Pessoa, optei por passar os três dias por lá. E foi aí que eu vi a segurança do trabalho na prática. Logo ao chegar, antes mesmo de ser encaminhado para as minhas acomodações, fui levado a uma sala, para ver um vídeo sobre a empresa, e aspectos de segurança que deveriam ser observados durante a minha permanência. Logo a seguir recebi um prospecto que continha, além dos ensinamentos que já havia visto no vídeo, outros procedimentos a serem seguidos. Mas não foi entregue dizendo “depois leia isso, que é importante”. A própria pessoa que me acompanhava foi lendo e me mostrando cada um dos itens constantes no folheto. Na trajetória para o alojamento, outra aula de como deveria ser o meu deslocamento pela fábrica e a famosa faixa branca, que jamais deveria ser ultrapassada se eu não estivesse utilizando os equipamentos de proteção individual. Em todo o trajeto a informação de quantos dias eles estavam sem acidente do trabalho, sem afastamento: quase 1800! Isso sim é segurança do trabalho na prática! Para quem ficou curioso: a empresa é a Cristal Global, que já foi Millennium e RIB. Mudou o nome, mas continuou a preocupação com a segurança.

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